segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Atemporal
Já me apaixonei várias vezes, mas amor mesmo, só tive um. Ouvi essa frase há um tempo entre copos e confissões. Guardei-a aqui, nos meus rascunhos. Se tivesse saído em outro século, ou há alguns anos, teria guardado em um papel dobrado, na gaveta do criado-mudo. Com certeza alguém já deve ter dito isso, repetido, sussurrado. E alguém deve ter guardado. Na memória.
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Meias
Salão da Rue des Moulins
Toilette
Pois sentei-me e vesti também, belamente, minhas meias, puxando-as cuidadosamente até as coxas. Rendas negras. Senti-me bela, pronta. Mulher.
Toilette
Alguma vez, num filme antigo (ou seria novela de época?), uma mulher, ensinando outra a se vestir, dizia que devia-se colocar as meias belamente, fazendo-se sentir sensual, como se fosse sempre observada por um homem. Lembrei-me de outras tantas pernas e outras tantas meias, pintadas por Toulouse-Lautrec.
Pois sentei-me e vesti também, belamente, minhas meias, puxando-as cuidadosamente até as coxas. Rendas negras. Senti-me bela, pronta. Mulher.
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
A difícil saga de ser eu mesma
Freud. Jung. Chico Buarque. Será que algum deles me entenderia um dia?
Acho que não.
Não consigo ser ninguém, quiçá eu mesma. Olho esse blog, vejo meu nome entre as colaboradoras- ou melhor, moradora do apê- e vejo o quão alhei a isso tudo pareço ser.
Olho os posts, vejo os desabafos e penso. "Mano, essas meninas mandam muito!! Ao mesmo tempo penso " Que diabos eu faço aqui?".
Acho que não sei a resposta, da mesma forma como não sei quem eu sou. Como já vi que o destino de ambas as perguntas é o triste fim das perguntas sem resposta, me conformo.
Conformada, escrevo nesse blog. Mesmo deformadamente inconformada pelo fato de não ser eu, de não lidar com isso e ainda me achar autêntica.
Conformada digo, não sei escrever bem, não tenho habilidades literárias, nem uma vida emocionante a compartilhar.
Apresento-lhes a não emocionante vida de uma pessoa normal ou A difícil saga de ser eu mesma.
O texto não tá bom, as idéias não são geniais. Mas é assim mesmo.
Pronto, falei.
Acho que não.
Não consigo ser ninguém, quiçá eu mesma. Olho esse blog, vejo meu nome entre as colaboradoras- ou melhor, moradora do apê- e vejo o quão alhei a isso tudo pareço ser.
Olho os posts, vejo os desabafos e penso. "Mano, essas meninas mandam muito!! Ao mesmo tempo penso " Que diabos eu faço aqui?".
Acho que não sei a resposta, da mesma forma como não sei quem eu sou. Como já vi que o destino de ambas as perguntas é o triste fim das perguntas sem resposta, me conformo.
Conformada, escrevo nesse blog. Mesmo deformadamente inconformada pelo fato de não ser eu, de não lidar com isso e ainda me achar autêntica.
Conformada digo, não sei escrever bem, não tenho habilidades literárias, nem uma vida emocionante a compartilhar.
Apresento-lhes a não emocionante vida de uma pessoa normal ou A difícil saga de ser eu mesma.
O texto não tá bom, as idéias não são geniais. Mas é assim mesmo.
Pronto, falei.
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