domingo, 6 de novembro de 2011

Homem-sereia

Acabei de descobrir mais essa. É um tipo de homem e não tem nada a ver com o Bob Esponja.
Sereio em traje vermelho
É assim: ele te encanta, fica cantando e tal, e depois, quando você vê, tá no fundo do mar.
Sereio em traje prateado
Sozinha.
Sereio em traje amarelo
E aí, querida, não tem escapatória.
Sereio com rabo azul
Minha amiga atribui essa definição aos argentinos.
Sereio-argentino
Sei lá.

domingo, 9 de outubro de 2011

Arte do apego

A gente se apega muito às coisas, né?

Aí você me pergunta "que coisas", antes de responder. É, sensato. E eu fico sem saber definir ao certo sobre o que estou falando. Mas são as coisas... Sabe? As coisas. Tudo. A tudo, é isso.

A gente se apega a uma rotina, a gente se apega aos colegas de trabalho, a gente se apega ao supermercado, a gente se apega ao guardinha que tá sempre lá na entrada do seu departamento da faculdade. A gente se apega aquela série mó boa, a gente se apega ao "boa noite" do Bonner - tá, esse último não é pra todo mundo.

A gente se apega ao pôr-do-sol...

A gente se apega ao livro e fica naquele "ai, céus, termino ou não termino, vou me segurar e ler menos só pra ter mais um gostinho de continuar com ele". A gente se apega às saídas de sábado à noite, a casa da avó aos domingos, a reclamar da segunda-feira... A viajar...

... Isso é tão bom. Claro que nada que é bom é feito para ser eterno e se você tivesse que se apegar a algo para sempre tudo ficaria mais complicado.

Agora o que eu não entendo é esse movimento contrário ao apego que anda há um tempão na moda. É que nem com a rotina. Todo mundo diz que quer vê-la bem longe, mas no fundo, no fundo, o que as pessoas fazem é atraí-la cada vez mais. Quer dizer, sei lá, pelo menos é o que parece.

Mas é tão bom ir se apegando às coisas... Melhor ainda é se apegar sabendo que você pode se desapegar. E assim continuar nessa dança. Vai se desapegando... Só para poder se apegar de novo.

Somos um bando de apegados, isso sim. E quem se diz desapegado está se auto-proclamando um mentiroso.

Hm, somos um bando de mentirosos também.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

De Nanook aos Cavalos-Marinhos*

Estou eu numa linda tarde de primavera conversando com a Helô quando percebo o dom que as pessoas têm de mudar de assunto. É bizarro.

Tinha uma comunidade do Orkut que se chamava "Mudo de assunto, gosto de azul". Óbvio que eu entrei nela. Óbvio.

E não era nem porque eu gostasse de azul, tá, eu até gosto. Gosto de todas as cores, aliás, acho muita mancada fazerem você definir, desde criança, a sua "cor predileta". É pra quê? Para criar um senso de discernimento? Para que você aprenda a fazer escolhas logo cedo?

Se for por isso, que façam uma pergunta mais útil. Se bem que é difícil definir o que seria uma pergunta útil. Todas são ao mesmo tempo útil e inúteis. Tudo depende do contexto.

Falando em contexto, "preguiça não é pecado quando contextualizada", a Helô soltou. A gente estava dissertando sobre minha tarde, que eu estou aqui tendo um monte de coisas para fazer mas resolvo ficar escrevendo. Sabe por quê? Porque nessa semana eu estou com tempo.

Isso mesmo. TEMPO. Invejem, meros mortais, ele resolveu aparecer pra mim. E aí que eu decidi me entregar completamente.

Normalmente eu sou uma ótima otimizadora de tempo. Organizo tudo, faço listas e cronogramas. Dessa vez eu até fiz um cronograma, para "aproveitar essa semana única na minha vida em que ele, sr. tempo, apareceu para mim". Mas o que aconteceu? Ele me falou: "Alice, você me tem nessa semana. Relaxa. Nem precisa me otimizar que eu deixo".

E aí eu percebi que sofro do mal moderno de ser dependente da não-liberdade. "Tempo livre", "desenho livre", "tema livre"... Todos temem quando qualquer palavra aparece acompanhada de "livre". Sabem por quê? Porque é muito difícil ministrar a liberdade.

É o caso disso aqui, por exemplo. O tema é livre. Vim pra cá escrever, pensando em atualizar o Apê e deu no que deu. Agora eu não consigo parar.

Isso porque eu nem falei ainda sobre o título. Sempre deixo o título pro final, mas dessa vez ele pediu para ser posto lá antes de que eu escrevesse qualquer coisa aqui embaixo.

Primeiro, Nanook. Se você sabe de quem estou falando, parabéns. Se você não sabe, nem se preocupa porque eu passei muito tempo da minha vida sem saber e tô bem. Oh aqui:


Simpático, né?

Pois começamos a falar sobre ele por causa do babado que eu descobri de que o Flaherty, o diretor, tinha tido um filho com sua mulher. Tipo, mas o problema era: qual das mulheres.

Porque assim, o Nanook tinha uma mulher que não era muito boa na frente da câmera (sabe-se lá porquê), então o francês não satisfeito em se meter no meio da neve para filmar a vida dos esquimós, resolveu trocá-la por uma mais bonitinha - provavelmente. Daí tive um lapso, fiquei em dúvida e soltei: "minhas fontes não me falaram ao certo de qual mulher ele se engravidou".

Detalhe 1: minha fonte é o Jean Rouch, porque tive que apresentar um seminário sobre ele e li uma entrevista muito massa em que ele solta esse bafão.

Detalhe 2: ele fala claramente que é a mulher-fake a que teve o filho com Flaherty (pág. 70).

Mas esqueça dos detalhes, porque eles não importam para entender onde entra o cavalo-marinho nessa história, né? Você percebeu o que eu falei, não percebeu?

Ele não sabe de qual mulher ele se engravidou. Ato falho dos brabos. Ah, se homem engravidasse...

Cavalos-marinhos machos, como se é sabido, colocam os ovos na barriga. E agora a parte que a Wikipédia me contou, também bafão: e depois têm que soltar uns 400 filhotes por vez.

Gente, é muito filhote.


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*Ou: Deixaram a Alice Procrastinar

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

E o que não é pra ser.

Ai, menina... Por que acaso da natureza eu fui te amar tanto assim? Você tão imperfeita, tão fraca, tão...humana. Você aquela menina desajeitada, meio tímida, meio mulher, meio menina. Suas risadas fora de hora, seus comentários sobre o que não sabe. Menina, por que você tem que ser assim?
Sabe, menina. Você não tem idéia de como é ruim isso pra mim. Ver todos os meus defeitos personificados em outra pessoa. Quer dizer, você sabe -bem sabe. Por que você sempre sabe de tudo, heim? Poderia você fingir não saber de algo, para que eu me sentisse um pouquinho mais especial.Mas você não liga pra isso, você só pensa em você. Esse seu egoísmo disfarçado de altruísmo, eu não aguento isso. Não, isso definitivamente não dá. Isso e seu português irritantemente correto. Menina, você não escreve tão bem assim. Quantas vezes preciso dizer como você é imperfeita?Quantas vezes será preciso para eu me convencer?
Ai, mas ainda assim te amo, sabia?  Esse seu jeito carinhoso, os abraços todas as manhãs, o sorriso sempre me esperando(ainda que pra me desaprovar). É tanto amor que nem cabe em mim.
Queria que você se importasse com isso. Queria que isso realmente existisse. Queria que eu pudesse existir de fato. Queria um dia deixar de ser um delírio seu.
Quer dizer, melhor não. Sortudos somos nós que não temos a realidade pra estragar o amor. A perfeição existe, justamente porque nunca tivemos tempo de acontecer-e nos corromper.

Nunca duvide da força do que não pode ser.
Te amo pra sempre, minha menina.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Problema: idade

Existe uma coisa que deixa qualquer mulher aflita: a idade. E não digo isso só pela onda de cirurgias plásticas ou pelo desejo de ser eternamente jovem. O contrário também é terrível, sério.


Ai, amigo, você não acha mesmo que eu pareço mais nova?


Hoje mesmo, estava eu me exercitando lindamente na academia - o que é uma coisa raríssima e por isso aproveito para deixar registrado aqui - quando o instrutor se aproximou. "Ou eu estou fazendo alguma coisa errada com esses equipamentos, ou eu estou sensualizando geral", eu pensei - sabendo que era mais provável que a primeira alternativa estivesse certa. Que nada.

- Moça, você tem menos de 15 anos?

MANO. Ele me perguntou se eu tinha menos de 15 ANOS. Eu sei que as meninas agora são super evoluídas e que muitas delas têm peitões e luzes no cabelo (o que faria com que eu talvez me parecesse menor do que até uma menina dessa idade) ...Mas, colega, 15 ANOS?!

A minha cara foi de tanto espanto que logo ele emendou:

- É porque menores não podem vir aqui.

Ok, já fui muitas vezes parada por um segurança de balada afoito por um R.G. Fico irritada na hora e penso "cara, que mico", mas tudo bem, acontece, "é porque eu sou baixinha". E sabe, é uma balada, né... Lá vende álcool e tal, não dá pra deixar as crianças entrarem - apesar de muitas deixarem.

E já tiveram garçons que quase negaram trazer uma taça de vinho a mais pra mim, enquanto estava jantando COM MEUS PAIS, mas ok... É porque eles deviam estar prezando pela saúde dos menores, também, vai saber.

Agora o cara me vem com essa história na academia?! NA ACADEMIA? Eu que nunca tenho forças para ir naquele lugar cheio de aparelhos de tortura e de pessoas bombadas carregando pesos impossíveis...

- Não moço, tenho 20.

Acho que fiz uma cara tão de desprezo que ele nem quis argumentar. Soltou um "então tá" não muito convincente e foi embora.

Já eu... Bom, continuei exercitando esse meu corpitcho de 15.

[Mas espero do fundo do meu coração que esse número vá aumentando conforme o tempo for passando. Até ele chegar, sei lá, nos 30 anos e parar de novo... hehehe]