terça-feira, 2 de junho de 2009

Da gaveta, um resto

SEM SAL, SEM GOSTO

Te procurei entre beijos insossos
Sem sal, sem gosto
De porra nenhuma.

Tentei preencher a lacuna
Cheia de um vazio pesado
Com mais um pouco de nada
Os olhos vendados

Entre braços e abraços,
Apertos, carinhos
Erros e berros

Entre muitas pernas,
Procurei em vão
No sexo sem tesão.

De casa em casa
De boca a boca
De alma em alma
Sem um pingo de calma
Mendigando, louca

À procura do perdido
Perdida, vagando
Entre a mulher e o homem
Ao longo d’um túnel enorme
No fundo do infindável poço
Dentro do meu próprio bolso

Variando, devaneando

E entre os beijos insossos
Dentre múltiplos rostos
Sem sal nem gosto

Achei um pra gostar
Pra bem querer
Tocar, pensar, ter
E depois que o novo velho ficar
Outro novo vem de novo
Pra mim, sempre
Nessa busca sem fim
Entre os beijos insossos
Com sal a gosto

A meu gosto.


Do fundo da gaveta, um resto (2008). E o velho se renova. Tudo a mesma bosta.

3 comentários:

  1. "E o velho se renova. Tudo a mesma bosta."

    . . .
    sempre

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  2. hehe. depois do momento contemplativo-reflexivo, uma consideração mais engraçadinha sobre o texto: parece sex and the city. com menos nonsense.

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  3. mais complicado ainda deve ser fazer parte da história

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