Eu quis ficar brava com você quando aconteceu.
Quis mesmo.
Mas quando vi, já não era mais só sua mulher. Era sua mãe.
Não, eu não era mais madura ou experiente que você. Longe disso.
Mas é que você me surgiu tão criança, de repente. Tão dependente de mim.
Acho que amor infantiliza...
- ou o pecado.
Quis te bater, cheia da cólera dos traídos, e arreguei, cheia da benção incondicional das mães, ao te ver pedindo por colo. Com os bracinhos estendidos pra mim, os olhos marejados refletindo a tua necessidade de proteção, de carinho, de perdão.
De amor.
Vi que se eu te deixasse ali, sozinho, você não sobreviveria.
Sequei tuas lágrimas, então.
E nunca derramei as que você me provocou.
Te abracei, te ninei, te pus ao meu lado.
Te cuidei.
E to te vendo crescer, até hoje, na barra da minha saia.
Só espero saber te deixar partir, quando tiver de te entregar ao mundo, menino.
Quando criares asas e fugires pra bem longe de mim.
sábado, 17 de outubro de 2009
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